De que é feita a felicidade, mãe?
- De alguns momentos, filha, breves, intensos e memoráveis. Pode ter gosto de bolo de chocolate, cheiro de flor de laranjeira ou a surpresa de um beijo roubado. Mas o que a define, mesmo, é o frio na barriga e um momento imortalizado.
- E a tristeza, é feita de que?
- Feita de uma ruga na testa, ombros cabisbaixos, umas lágrimas perdidas, alguns sonhos desprezados. E acho mesmo que é feita de pé na bunda, nota zero no provão e uma inesperada demissão.
- E raiva é feita disso tudo também?
- Não, mas a raiva é feita também de muitas coisas. Raiva é mistura do amargo da decepção com o azedo da desilusão. É áspera e fria, sem graça, sem valia. Raiva é sentimento que não vale a pena, que a gente arremessa sem olhar pra trás, que a gente despreza, desfaz.
- Mãe, então me explica o que é amor, porque ele parece ter tudo isso no meio e ao mesmo tempo ser feito de muito pouco.
- Mas é que o amor é mesmo assim. Você nunca esquecerá como um sorriso despretensioso pode ficar incrivelmente inesquecível e como um olhar mal intencionado pode tornar-se surpreendentemente frio. Em algum momento, as lembranças que acompanhavam todas as suas certezas perdem o lugar para as dúvidas nada desejáveis. Mas só até chegar o perdão, o abraço quente no vento frio, a surpresa que você fingia não saber só pra deixá-lo mais contente e a verdade que você esconde só pra ele não te enxergar tão vulnerável. Você nunca entenderá como pode enfurecer-se com aquele que ontem mesmo jurou amor pra vida toda. Pra daí segundos perceber que é bem depois de ranger os dentes que você o ama mais. E com o tempo você nota que os sentimentos se fortalecem e tomam o espaço uns dos outros. Que a bagunça instalada cede a cadeira às coisas todas no lugar, que a decepção sai de casa e tranca a porta, que a paz de espírito está acomodada no sofá da sala sem a mínima intenção de sair. O amor muda como quem troca de roupa, mas só até decidir ficar. Quando fica, não tem quem te faça esquecer, desistir, abster-se de sorrisos que já fazem parte da sua vida e são dele e de ninguém mais. O amor genuíno traz consigo tamanha felicidade que quem não o tem preso à alma, não pode, nem ousa imaginar.
E, no final, as respostam mudam conforme as perguntas. O tempo será outro. Mas, o amor é eterno.
- De alguns momentos, filha, breves, intensos e memoráveis. Pode ter gosto de bolo de chocolate, cheiro de flor de laranjeira ou a surpresa de um beijo roubado. Mas o que a define, mesmo, é o frio na barriga e um momento imortalizado.
- E a tristeza, é feita de que?
- Feita de uma ruga na testa, ombros cabisbaixos, umas lágrimas perdidas, alguns sonhos desprezados. E acho mesmo que é feita de pé na bunda, nota zero no provão e uma inesperada demissão.
- E raiva é feita disso tudo também?
- Não, mas a raiva é feita também de muitas coisas. Raiva é mistura do amargo da decepção com o azedo da desilusão. É áspera e fria, sem graça, sem valia. Raiva é sentimento que não vale a pena, que a gente arremessa sem olhar pra trás, que a gente despreza, desfaz.
- Mãe, então me explica o que é amor, porque ele parece ter tudo isso no meio e ao mesmo tempo ser feito de muito pouco.
- Mas é que o amor é mesmo assim. Você nunca esquecerá como um sorriso despretensioso pode ficar incrivelmente inesquecível e como um olhar mal intencionado pode tornar-se surpreendentemente frio. Em algum momento, as lembranças que acompanhavam todas as suas certezas perdem o lugar para as dúvidas nada desejáveis. Mas só até chegar o perdão, o abraço quente no vento frio, a surpresa que você fingia não saber só pra deixá-lo mais contente e a verdade que você esconde só pra ele não te enxergar tão vulnerável. Você nunca entenderá como pode enfurecer-se com aquele que ontem mesmo jurou amor pra vida toda. Pra daí segundos perceber que é bem depois de ranger os dentes que você o ama mais. E com o tempo você nota que os sentimentos se fortalecem e tomam o espaço uns dos outros. Que a bagunça instalada cede a cadeira às coisas todas no lugar, que a decepção sai de casa e tranca a porta, que a paz de espírito está acomodada no sofá da sala sem a mínima intenção de sair. O amor muda como quem troca de roupa, mas só até decidir ficar. Quando fica, não tem quem te faça esquecer, desistir, abster-se de sorrisos que já fazem parte da sua vida e são dele e de ninguém mais. O amor genuíno traz consigo tamanha felicidade que quem não o tem preso à alma, não pode, nem ousa imaginar.
E, no final, as respostam mudam conforme as perguntas. O tempo será outro. Mas, o amor é eterno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário