segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Namastê

" Cada um coloca seu ponto final onde quer, onde pode. Colocá-lo o mais longe possível, obriga-nos a sermos um pouco mais sábios e um pouco menos pretensiosos."

Jean-Yves Leloup (em O absurdo e a graça, Verus Editora, Campinas, 2003)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

SMS

Te Amo .

Coisas Incríveis acontecem, fato


Levando para um lado mais espiritual, a vida me surpreende a cada segundo com detalhes tão inesperados que só mesmo estando atenta, muito atenta prá senti-la tão profundamente que até me desfaço como se pudesse me transportar num piscar de olhos prá todos os lugares onde tudo é mais leve e solúvel, onde respirar é mais sublime, onde a amizade permanece viva mesmo com os amigos longe um do outro,onde uma flor é a expressão da inspiração da alma de uma planta, assim como nosso corpo é a expressão da nossa própria alma, onde estar só, não significa ser solitário, é fundamental estar em comunhão com seu EU, prá podermos mergulharmos em nossa verdadeira essência, onde se é possível resgatar a dignidade de qualquer forma de trabalho, onde a velhice se compara ao outono da vida - época em que as experiências do passado produzem seus frutos - onde não há noite que traga uma nova aurora, onde o tempo é uma roda, em que a vida e a morte se sucedem infinitamente.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

(...)


Hoje acordei com menos certezas do que nunca... Tomei um pouco do Sol que chegou, timidamente, e senti uma fisgada de dor ao pensar nas dúvidas impregnadas em mim... Não parei para refletir profundamente. Seria muito exigir isso agora. Somente fui tomada pela sensação do não-saber...
À deriva percorro estradas que não têm um destino exato... Olho o horizonte em busca de soluções... Fecho os olhos e deixo que o vento me conduza para alguma direção. Mas, ao abri-los, só tenho um horizonte que me lança questionamentos que não posso responder...
Meu olhar se perde, no final do dia, ao ver o Sol despedir-se sem nenhuma esperança que possa consolar-me...
Caminho mais um pouco e vejo surgir a primeira estrela... Seu brilho me faz lembrar de tantos outros astros que já admirei em diversos momentos. A luminosidade de hoje, porém, é turva e confusa... Não consegue me guiar a lugar algum...
Chego em casa e, ao abrir o portão de entrada, sinto um dor um pouco mais latente...
A minha vida, neste instante, é um quebra-cabeça que não consigo montar. Não sei onde está o começo de tudo...
Sento-me e ponho a mão direita sobre o queixo, como se estivesse a contemplar o que se faz incompreensível...

Tudo mudou em volta...

Suspiro e tomo um copo com água... Olho para minhas mãos e percebo que elas não são mais tão jovens. Contudo, gosto de admirá-las num gesto que exprime a convicção de se ter apenas o próprio corpo.
A cabeça necessita de um travesseiro e os pensamentos desejam somente um sono tranqüilo...
Meus olhos cansados aos poucos se fecham... Posso enxergar o meu mundo de pernas para o ar cedendo espaço a uma nova vida que precisa nascer...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

6-feira

Só e apenas assim prá se saber dos quereres..


* Filme na Tv a espera do outro lado da cama.


L*ve.

Questão de humanidade


Por Fundação José Saramago

Aceitemos então que estamos sozinhos e, a partir daí, façamos a nova descoberta de que estamos acompanhados – uns pelos outros. Quando pusermos os olhos no céu estrelado, com a furiosa vontade de lá chegar, mesmo que seja para encontrar o que não é para nós, mesmo que tenhamos de resignar-nos à humilde certeza de que, em muitos casos, uma vida não bastará para fazer a viagem – quando pusermos os olhos no céu, repito, não esqueçamos que os pés assentam na terra e que é sobre esta terra que o destino do homem (esse nó misterioso que queremos desatar) tem de cumprir-se. Por uma simples questão de humanidade.

In Deste Mundo e do Outro, Ed. Caminho, 3.ª ed., pp. 216-217

sábado, 12 de junho de 2010

The L*ve

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo-morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.



João Cabral de Melo Neto, em fragmento de "Os três mal-amados", 1943.

Desenrolando um sexo


Com aquela cara de homem fingindo estar interessado no papo de uma mulher apenas porque está com vontade de comê-la, com aquela cara de mulher costurando e bordando pensamentos apenas porque está a fim de ser comida por ele, cheguei, caprichei, relaxei, lembrei tudo o que tinha aprendido em Kant e Hegel, repassei toda a teoria dos quanta, a morfologia dos contos de magia de Propp, o vôo do 14-bis, cheguei e não perdoei:

-- Tem fogo?

-- Betelgeuse, que vergonha! Você podia estar mais brilhante hoje. Mas como é que você poderia com todos aqueles proctores enfristulando você? Tenho andado tão triste desde que os churros mertriaram toda a tua tenoctília...

Ela me olhou com desprezo:

-- Os warhoos tomaram o poder em Achernar, e você não fez nada?

E me atacando começou a chutar minhas canelas, que não são de ferro, como todo mundo pode imaginar.

-- Pare com isso -- falei. -- Os warhoos caíram na nossa armadilha.

Ela parou. Afastou-se. E olhou para mim.

-- A atmosfera de Achernar é fatal para os warhoos. Eles só têm dois mil anos-luz de vida -- eu gritei.

-- Mas os strelitz vão miricondar todos os prosonômios de Khandar!

Quanto mais ela gritava, jurcs, yaraconds, nelmeiam, osks, mais longe ia ficando, até que eu a via como quem vê alguém, um ponto muito lá longe no começo de um infinito corredor, alguém aí?



**montagem a partir de Catatau, de Paulo Leminski.

Sobre Bukowski



O velho safado- que me aproximou e trouxe o homem com quem vivo e muito amo, pela semelhança que me ocorre nas palavras e em algo a mais, embora o meu estado emocional se abala me levando a uma ligeira palpitação, mãos tremulas e a face imensamente ruborizada por conta de um certo ciúmes até mesmo em ler os rabiscos ( o que não é novidade nem prá ex do meu esposito-amado e nem prá ninguém), mas enfim. Vamos ao que de fato interessa. A verdade é que já odiei e já fiz as pazes com ele, o cara me atraiu pela sua não tapeação literal, ele ele escreve qualquer merda e não esconde isso. Gosto dele antes de abrir uma lata de cerveja, antes de dormir, gosto do que ele diz, da sua desesperança, da sua falta de saco prá poetas, pra gente em geral. velhosafado-que me encanta com seu jeito único-verdadeiro-sem-rodeios-original. Já disseram: Não existe literatura ruim, você é que bebeu pouco. Álcool é vício de escritor. Alivia dores, entorpece a realidade. Há prazer no baixo, no sujo, há uma tristeza na embriagues. Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura, ou melhor digo a loucura que me protege dessa monótona normalidade .
Pensamentos bipolares mal regularizados.
Que tempo difícil: ter a vontade de viver, mas não a habilidade.


quanta doidera =)


Face




"a otro parecerá siempre otra cosa"



Dom Quixote
- Miguel de Cervantes

(...)


O que há em mim é sobretudo cansaço -- Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto em alguém. Essas coisas todas -- Essas e o que falta nelas eternamente --; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada -- Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço...
Álvaro de Campos, 1934.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Família






E ao acordar
E ao me ver
o sorriso dela,
o que me fortalece
o que me eleva, o que me faz acreditar num novo dia
te amo minha Flor.

sábado, 29 de maio de 2010

Sobre a Vida


É de mágica
Que eu dobro a vida em flor
Assim!
E ao senhor de iludir
Manda avisar, que esse daqui
Tem muito mais amor pra dar
(Los Hermanos)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Ponto final


A catarse;

1-Quero gritar,quero mandar tomar no cú, quero dizer o que penso, ao invéns de apenas escutar falações, NÃO quero ser chamada de boazinha, não sei de onde tiraram isso -EU-NÃO-SOU BOAZINHA porra nenhuma, sou humana. Odeio, choro, critico, falo mal, como qualquer um. Tenho gostos diversos, opiniões contrárias e cansei.

O que quase explica;

2-Personalidade esquizóide

Este tipo de distúrbio é verificado em pessoas que exibem um padrão de afastamento social persistente, um constante desconforto nas interações humanas, uma excentricidade de comportamento e pensamento, isolamento e introversão. O esquizóide nos dá a impressão de desinteresse, reserva e falta de envolvimento com os acontecimentos cotidianos e com as preocupações alheias, normalmente ele tem pouca necessidade de vínculos emocionais. Este tipo de personalidade reflete interesses na solidão, em trabalhos solitários e em atividades não-competitivas. Por outro lado, estas pessoas são capazes de investir grande energia afetiva em interesses que não envolvam seres humanos e podem ligar-se muito aos animais.

sábado, 8 de maio de 2010

LUTO



Hoje acordei com uma notícia da qual não agrada ninguém. Minha querida e sempre amada-eterna-amiga Rebeca, 25 anos, não resistiu a uma doença que apareceu do nada,foi entrando sem pedir licença se instalando, apossando-se do corpo e por fim levando-a para os anjos que ela tanto acreditava existir. E você tão menina..Meu coração está tão apertado, meus olhos choram. Rebeca foi-é-será uma linda menina-doce-magrela-cheia de vida, fazia todos sorrir, já me ouviu tantas vezes, deu colo,força. A vida não se encerra assim, as cortinas apenas se fecham, mas o palco ainda está ai, livre para tantas outras histórias, em outros ares com outros ais. Me disseram que a vida agora é mais bonita e leve onde o tempo é de pura delicadeza, eu ainda não estou bem certa disso, mas no fundinho acredito sim! que os anjos circulam como penas nos guardando.Extamente hoje acordei com uma tristeza no olhar, como se o meu coração estivesse partido e latejando, por simplismente não te encontrar em carne-sorriso, no calor do teu abraço mais aconchegante, nos encontros e esbarros da vida. Exatamente hoje eternizo todas as nossas histórias, todas nossas verdades, todos nossos encontros. Te guardarei no meu canto mais bonito, como aquela música, como aquela frase que você tanto gosta "e amanheça brilhando mais forte", exatamente hoje eu lhe agradeço por ter feito parte dos meus dias.


* ps_ a vida é realmente engraçada, falei com ela por msn há exatamente uma semana, ela nem tinha se dado conta da gravidade da doença. Mas, estava FELIZ por tanto carinho e força que todos estavam emanando carinhosamente a ela.
* ps_ Ela estava numa fase tão explendida, formada com o coração enfim apaixonado, literalmente ela descansa em paz.

sexta-feira, 7 de maio de 2010


Quando falamos do amanhã, diz um provérbio chinês,
“os deuses riem”.
Eles riem, creio eu, não porque nos acham ridículos, mas porque sabem que o futuro não é previsível. Assim não temos outra escolha senão viver “Um dia de cada vez”.
Posso condensar mais o foco deste Lema considerando uma hora de cada vez, ou mesmo um minuto de cada vez. Em cada pequeno progresso, a vida começa a ser não apenas suportável, mas preciosa.Em qualquer momento, não importa o que esteja acontecendo, se eu me concentrar em estar exatamente aqui, exatamente agora, sei que estou bem.

“Não vos preocupeis com o dia de amanhã; o amanhã cuidará de si mesmo”.

03/12/2008


( guardado num cantinho qualquer)

sobre o que se foi.

Cá estou com minhas estranhezas, mas sempre com as certezas. Resolvi fazer um balanço do ano que está prestes a terminar e Digo: Uffa!, ano difícil, que custou a passar. Tantos trancos e barracos enfrentados, tantos poréns, ausências, correrias e mais um monte de adjetivos vividos.
Pensando bem, em tudo que agente vive e sente. Olhando pelo lado avesso de todos os ocorridos. Agradeço aos que me fizeram ver que sou mais forte do que pensei, me redescobri a cada palavra lida, a cada sentimento, a cada desencontro.No dia-a-dia, cansada da rotina que voava diante meus olhos, a superação diante da exaustão.
Não foi tão ruim assim, não é?
Revivi amigos, reeencotrei fragmentos de amizades que a vida um dia nos apresenta, e essa mesma vida nos afasta, aprendendo que o que entra, marca, registra, deixa seu legado, não há espaço, vazio, distância que faça ir embora, apenas adormece.E volta, como flores e amores.
Provei de tudo um pouco do amargo ao doce, em questão de segundos. Supostamente havia perdido um amor, e sendo, me permiti viver sem pudores e frescores. quando nos permitimos é incrível as possibilidades que nos surgem. Outras sabores provei, sempre com aquele gosto que insistiu em ficar e hoje voltar..

domingo, 25 de abril de 2010

uma lua , uma lagoa um destino


Certo dia,uma noite, alguns bons e velhos amigos, um interesse ainda não descoberto . E uma noite inesquecível! Conversas, cerveja, cigarros. Ela esticada na grama admirando o tempo. Despedidas, caminhos e rotinas. E quem diria! alguns anos se passaram e houve um re-lindo-doce-encontro, sem pretensão de nada além de um simples - Oi, como vai?- mas, o destino queria mais, ele estilo Bukowski e nós embalamos no papo, poesia, nas madrugadas, nos telefonemas, na sintonia, no prazer, no começo de algo esplendoroso que queima, inquieta que te faz sorrir a qualquer hora do dia, no banho, no caminho, no sono. Pensar nele fazia parte presente ao abrir os olhos e desejar bom dia. Um certo dia, a coragem, a vontade, o desejo - uma estação rodoviária, muitas pessoas, mais alguns amigos, o sorriso, uma flor e enfim o beijo-demorado-beijo. Uma estrada, uma serra-mãos-coração-transpiração. Uma balsa, mais abraços e a cama-uma explosão. Dias, família e mais sorrisos. Uma volta, a rotina, a distância e o mesmo sentimento. Um certo dia, uma dúvida, uma insegurança e outra vez a distância-a decisão- palavras cruas e duras, Lágrimas, dor, mágoa e os caminhos se desencontraram, mas os sentimentos permaneceram-adormecidos-falando baixinho, escondido de nós mesmo. Cada um seguiu feliz ou não novos horizontes, bocas, salivas, suores, sorrisos e muitos olhares vazio.Um dia outra dúvida, um ciumes, um sentimento por ela desconhecido dele,uma re-descoberta, muita saudade, a presença se fazendo a todo instante no dia-a-dia, nos detalhes, na construção, as palavras mansas, insanas como devem ser, foram se aproximando sutil, mas arrebatadoramente fatais. Ele resolvendo voltar, aos poucos em minha direção com cara de menino arrependido e homem decidido IRRESISTIVELMENTE. Uma viagem, nova emoção, muito mais tesão e uma nova decisão. Seguir, seguir e seguir um ao lado do outro de mãos dadas e atadas, unidas novamente pelo mesmo sentimento que um dia o destino registrou, atestou e concretizou. E desse imenso turbilhão de sentimentos nasceu um anjo em nosso jardim FLORINDO-COLORINDO com traços, gestos, detalhes singelos. Um amor incondicional. Uma Flor,nosso amor!

Aquele Momento


Um dia lá em 2006
(...)
Ando as voltas pela cidade talvez à procura daquele momento único que o tempo levou comigo - as ruas são as mesmas, mas as pessoas não. Os momentos são fugazes e eternos,.Tudo girava a minha volta e naquele momento acontecia cá dentro, bem na alma. Lá no céu escuro brilhavam estrelas, a lua - em mim a emoção. Sentados num banco, olhando o rio e por cima de nós, a ponte sempre imponente e vertiginosa até um ponto de fuga lá longe... as mãos frias e a alma quente de alegria - até o rio deixou de se ouvir, só ouvia o coração bater, e só desejava que aquele momento não acabasse. Mas, tudo acabava um dia.. o beijo dura o tempo necessário e a alegria é mais curta que o próprio tempo. As mãos continuam frias, mas já não existem outras, existe a lembrança, a sintonia, a ironia, tudo misturado formando um turbilhão de emoções à procura de uma razão que a própria razão desconhece. o primeiro beijo nunca se esquece, os outros perdem um pouco a importância, são meras cópias, são beijos que com o tempo perdem a magia de quebrar o frio - de parar o tempo.. O primeiro abraço sente-se mais apertado que os seguintes e os olhos brilham mais. Hoje penso que tudo deveria ter ficado ali.. o resto perdeu importância, nem se lembra..




"Gente comum é tediosa. A literatura não se alimenta de gente comum. A história, as grandes descobertas e invenções não foram feitas por gente comum. Os grandes chefes de Estado não são gente comum. E nem aquele amigo ímpar que você tem, que diz sempre alguma coisa engraçada ou inteligente, é comum."

(?)

sábado, 24 de abril de 2010

Assim seja


Se vai tentar
siga em frente.

Senão, nem começe!Isso pode significar perder namoradas,esposas, família, trabalho...e talvez a cabeça.Pode significar ficar sem comer por dias,pode significar congelar em um parque,pode significar cadeia,pode significar caçoadas, desolação...
A desolação é o presente.O resto é uma prova de sua paciência do quanto realmente quis fazer.E farei, apesar do menosprezo.E será melhor que qualquer coisa que possa imaginar.
Se vai tentar,
Vá em frente.
Não há outro sentimento como este.Ficará sozinho com os Deuses.E as noites serão quentes.Levará a vida com um sorriso perfeito.É a única coisa que vale a pena.

(Charles Bukowski)

Simples assim


As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

(Mário Quintana)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Me


Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.

(Clarice Lispector)

Simplicidade


Vai diminuindo a cidade
Vai aumentando a simpatia
Quanto menor a casinha
Mais sincero o bom dia

Mais mole a cama em que durmo
Mais duro o chão que eu piso
Tem água limpa na pia
Tem dente a mais no sorriso

Busquei felicidade
Encontrei foi Maria
Ela, pinga e farinha
E eu sentindo alegria

Café tá quente no fogo
Barriga não tá vazia
Quanto mais simplicidade
Melhor o nascer do dia

(Pato Fu)

domingo, 18 de abril de 2010


" Nunca Confunda movimento com ação"

(Ernest Hemingway)

Om


Sou a mais Nova aluna de Muay Thai




p.S-Os Treinos tem me proporcionado maior equilibrio e redescoberta


Auxílio


Suas Palavras cobradas, minha escuta paga - Tem-me feito prestar mais ATENÇÃO em detalhes antes despercebido e até mesmo ignorados. Talvez por não saber lidar com jeitos ou encontrar caminhos possíveis.
Tenho voltado, respirado e compreendido.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Se escrever é uma forma de ser livre, para mim é uma forma de expressar o que sinto, seja um bom sentimento ou não. O que importa realmente é o que vem depois do suspiro quando releio a catarse em forma de letras. Muitas vezes me sinto ridícula, muitas vezes não faz sentido, algumas dou risada da situação. Mas, me confortam as palavras - mesmo que presas, enroscadas na garganta como uma raiva entalada, onde a vontade de explodir se torna imensa, as lágrimas não escorrem e tudo parece uma ebulição dentro do peito, onde a única vontade que se tem é sumir, desaparecer, assim num estalo de dedo - Às vezes elas soam como uma canção que te faz lembrar apenas dos melhores momentos, assim como quando você desperta na cama e decidi que seu dia será lindo e tudo começa a fazer sentido, sorrir fica fácil, o barulho do vizinho não te incomoda, aliás em dias assim, pouca coisa se torna desagradável- Às vezes acredito que elas - as palavras são desnecessárias, onde gestos, olhares e toques são mais que suficientes, como às vezes também acredito que são desnecessárias por soarem falsas, o falar e falar me cansa,a retória se torna implausível,pesadas e quando isso acontece, me distraio, resmungo um “hum – hum “ e até a formiga se torna mais interessante.

(...)

౩ meses


Pois bem, lá se vão 90 dias-3meses e algumas horas. Desse serzinho que me surpreende a cada dia, com sorissos-olhares-confiança. Um amor inexplicável.

Meu estranho jeito


E de repente essa estranheza que me toma o meu lado mais torto da alma com questões sobre existência-essência, as respostas me passam como um relâmpago e em seguida mais questionamentos que me sinto como se estivesse girando-sem-fim-para-o-fim. Será esse o caminho? apenas estou caminhando contando passos e deixando as coisas acontecerem.E tem sim acontecido. Certo? Nao sei. Mas quem sabe o que é certo?

domingo, 4 de abril de 2010

sexta-feira, 2 de abril de 2010

23-08-2007



Ali ao lado se encontra alguem, la se encontra uma menina. uma moça; uma mocinha;uma mocinha ali. que faz um alguem sentir que 8 da manha já é tarde para estar na cama.
uma mocinha ali...que faz alguem sentir que fixar uma janela nova ,é fixar as ventilações da vida.
uma mocinha ali...

(Patrick)

(...)

Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos a sério.Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos a sério.
(...)

Desejo

Conhecer, o que jamais posso compreender e até onde posso me perder.Correr, sem destino e até tropeçando, sem ter medo de cair.Fazer, ou desfazer,todo e qualquer remendo.

domingo, 28 de março de 2010

ఎ దే రేపెంటే తుడో ఫికా assim


Não interessa o quanto eu tenha a dizer. A palavra, como pessoa que é para mim, precisa chegar súbita e inadiável e dizer qualquer coisa que ela queira. Por isso tantos suspiros e alguma resignação, porque também não agüento esse silêncio espesso sem reclamar minha falta de sono, meu cansaso, a eterna espera, meu mau-humor que insiste em me tomar por instantes,meu sorriso mais forte, sempre impera! Fato.Se é de paisagens novas que elas precisam, mudo até os caminhos. Se precisarem de um novo amor, me apaixono. Mas não façam de mim escrava desse abandono de dizer coisas. Porque preciso.E não tragam para mim nenhuma novidade no amor antigo, tudo é paisagem inédita, sempre.Não me incomodo de sonhar coisas irrealizáveis, mas preciso acreditá-las em frases bem elaboradas pra que tudo se pareça possível.Tudo bem que bocejem vezenquando, mas não durmam para sempre. Se vierem, num pequeno pedaço de papel, eu juro,vou tentar fazer caber o maior lugar do mundo.

A cada dia basta o seu cuidado

A Paciência é diretamente proporcional ao propósito.
Se você realmente quer, sabe o que quer, você tem Paciência. Quando você não tem bem certeza do que quer, você é apressado, você quer chegar logo para ver se satisfaz, porque se não satisfaz, você vai para outro propósito, e se não satisfaz, vai para outro...
Esse é o caminho da maioria das pessoas: elas fazem muitas coisas, uma porção de coisas, mas nunca fazem realmente nada, porque não sabem o que querem.Aquele que já sabe o que quer, sabe que vai encontrar, que já sentiu pelo menos que vai encontrar, esse não tem pressa. Esse sabe que na própria continuação do dia-a-dia, de cada instante do dia, ele estará aprendendo aquilo que ele deseja, porque o que ele deseja,está dentro dele.
Então, a cada instante, a cada olhar, a cada fato ouvido, a cada palavra ouvida, a cada pessoa, a cada aura tocada, a cada sensação fornecida pelos cinco sentidos, será uma lição para ele. Ele estará sempre aprendendo.Isso é importante! É muito importante que se diga agora para vocês, porque o sabor das coisas você só vai conseguir se começar realmente a observar tudo.
A Paciência, então, é auto-cultivada quando você sabe o que quer. Ela vem sozinha. Ela aparece sozinha, porque a falta de Paciência geralmente está relacionada com o perder tempo, quer dizer, "estou perdendo tempo, estou aqui sem fazer nada; será que é o que eu quero, será que não é...?" Bom, então não se entendeu ainda o principal, e o principal é que você nunca está perdendo tempo, desde que você saiba que a cada instante muitas lições estão-se apresentando ao seu redor. Sempre você está tendo uma lição, a cada instante você está aprendendo. Mas é preciso que você saiba pelo menos o que você quer - o objetivo da sua vida!

ఫెమినిస్మో అ సుర.

“Vivei juntos,mas não vos aconchegueis demasiadamente. Pois as colunas do templo erguem-se separadamente. E o carvalho e o cipestre não crescem à sombra um do outro.” Gibhram Kalil Gibham


Longe de ser só um processo histórico e social, a supressão do feminino criou uma espécie de sombra no inconsciente coletivo feminino, ou seja; a Deusa ferida no âmago da estrutura feminina manifesta-se através do fenômeno do feminino sombrio. No contexto individual, a perpetuação desta parte desconhecida, machucada, ou reprimida, dá-se através da transgeracionalidade, ou seja, de padrões psicológicos negativos e até destrutivos, que irão atrais situações e pessoas energeticamente compatíveis, criando e recriando problemas não assumidos, que são transferidos inconscientemente nas famílias de uma geração de mulheres para a geração seguinte.
A escritora Clarice Lispector certa vez disse que “a mulher não tá sabendo, mas está cumprindo uma coragem. A coragem da mulher é a de não se conhecer, no entanto, prosseguir, e agir sem se conhecer exige coragem”. A mulher paga um altíssimo “preço emocional” por causa desse prosseguir, sem buscar a raiz de seus medos, sem curar seus traumas e seus bloqueios e muitas vezes a mulher limita setores importantes da vida em função das limitações do seu próprio “eu”, como por exemplo os setores da vida profissional e amoroso.
A mulher comum, ao longo do século passado, iniciou um importante processo de
auto-percepção aonde viu-se reprimida no âmago de sua própria feminilidade, inferiorizada no seu papel social e desconhecida na sua própria sexualidade. E iniciou um processo de liberação. A principal atitude das mulheres foi a chamada revolução sexual; as mulheres queimaram sutiãs, tomaram anticoncepcional, foram trabalhar… e escravizaram a si mesmas, pelo motivo de que em nenhum momento deixaram de ser mulheres, ou sejam tentaram uma liberdade de se fazerem tudo o que os homens faziam (sexo livre, trabalhar fora, independência); porém, o interior das mulheres continua carregando a sombra da Deusa: as mulheres desenvolveram atributos importantes, mas não curaram as feridas da alma feminina.
Como disse Clarice, as mulheres seguem sem se conhecer; pois todo aquele movimento feminista não deu às mulheres a autonomia mais necessária de todas que é a libertação das pendências e dependências emocionais que fazem com que até a mais bem sucedida das mulheres sofra por determinados “amores”. São várias chegas da Deusa ferida e cabe a cada mulher a tarefa de reconhecê-las e curá-las. As deusas são atributos femininos riquíssimos de significado; porém, muitas vezes, para que esses atributos fluam positivamente, em nós, torna-se necessária uma viagem interior, visitando as faces das deusas, reconhecendo quais foram feridas, mas estão de certa forma “reverberando” alguma ferida familiar e ainda estão vivendo um padrão negativo – a sombra, à espera de resgate e salvamento.
E o que acontece com muitas mulheres desavisadas por aí afora? Uma espécie de cura ao contrário, a mulher atrai um parceiroperfeito para toda a sua “inhaca interna”, ele ativa e alimenta suas sombras, seus medos e suas deusas doentes.
E amulher começa a ser magoada e a sofrer e não consegue entender porque sempre faz isso, não reconhece quemestá alimentando um câncer emocional, muitas vezes perdendo noção de limite e tentando fazer aquilo dar certo, num verdadeiro massacre interior.
Saber de suas sombras é o primeiro passo para sair do círculo vicioso, reconhecer uma Athena ferida, que tem medo de lidar com seus sentimentos e sua sexualidade, e só vive o racional da vida, muitas vezes escondendo-se atrás de um papel profissional. Reconhecer a chega de uma Hera, que vive o pretenso casamento perfeito, mas delega o poder pessoal ao marido e vive a vida dele como se fosse a sua. Até ser traída e depois ainda recusar-se a perder o papel de esposa, convivendo com as traições de Zeus. Reconhecer uma Demetér ferida, aquela que só vive para os filhos e que faz até do marido, um filho, depois ressente-se quando estes crescem e vão embora; aquela que nutre toda a família, mas não busca sua auto realização, sendo ela própria a maior carente da relação.
E a chaga de Afrodite então, nem se fala! A mulher que por necessidade de “amor” e atenção aceita ser objeto sexual e sensual, vive por muitas vezes o papel de amante, mas gostaria de ter um homem que a honrasse, e quando o tem, ainda acha que tem de garantir sua feminilidade sendo a mais bonita e a mais sensual a todo momento e a qualquer preço.
Realmente prosseguir sem se conhecer exige coragem, mas decidir conhecer-se e mudar-se exige mais coragem ainda. Coragem para se reformular, recomeçar, transformar, reeditar, de dentro pra fora, o que é muito diferente de sair “recapando”. A mulher que buscar o reconhecimento de suas forças interiores e a integração dos atributos das deusas provavelmente vai parar de culpar a vida ou seus amores fracassados por sua infelicidade. Ela vai resgatar pedacionhos de mulher, vai aproveitar e recilcar o que deve ser valorizado e vai se dar conta do que deve amadurecer e do que deve deixar morrer. Como a Grande Mãe faz a sábia Natureza. E assim pode surgir um não modo de ser, de onde surgirá o verdadeiro jeito de amar, descentralizadamente – o que não significa superficial.
Buscar a capacitação para poder relacionar-se bem com o ser amado sem torná-lo eixo condutor da sua própria vida, coisa que muita mulher acaba fazendo sem querer, pois vive a sombra das deusas feridas e projeta a suposta solução desse vazio interior no companheiro. Esse jeito de amar descentralizado consiste em manter o “gráfico da vida” equilibrado, dividido em fatias mais ou menos parelhadas, sem separar fatias grandes demais para algo ou alguém, evitando assim, a desilusão.
Quando constatamos que real,ente tudo que faz parte da vida é transitório e que não podemos segurar nada nem ninguém pra sempre conosco, conseguimos perceber que a única permanência da vida somos nós mesmos. E então, percebemos que este “eu” nos acompanhará eternamente. Vive melhor quando se aprende a crescer, a se auto-conhecer, a curar suas feridas, a perdoar, a se perdoar e libertar-se de medos e limitações antigas. Se a mulher está destinada a conviver consigo mesma, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença; o ideal é que ela esteja inteira e não por uma metade que na verdade não lhe pertence. Elas podem apenas se aproximar muito do outro e interagir, ser companheiras e amarem-se, mas a individualidade do outro é um fato intransponível que deve ser aceito, como aceitamosque precisamos de ar para respirar. Amar é lindo. Mas quem sabe amar de um jeito lindo? Só quem está muito consciente, muito íntegro, muito amoroso; e desta forma, ama.
A cura do feminino na vivência do amor, envolve uma tomada de consciência de que talvez aquilo que pensamos ser amor seja outra coisa qualquer que nos acomoda e nos conforta de nossas limitações. Envolve também a constatação de que para mudar a nossa vida e o que não dá certo nela, só mudando a nós mesmos, sanando feridas, colocando um ponto final nos sofrimentos antigos e orgulhos feridos que não servem pra mais nada. Os relacionamentos amorosos entre homens e mulheres darão um salto quântico quando estes amadurecerem de verdade, porque envelhecer não é sinônimo de amor e estar junto não é sinônimo de amar.
Ir em busca da sabedoria da Deusa é a caminhada ancestral da mulher rumo ao amor por si mesmas. Há muito ainda pra ser plantado no solo fértil da Deusa e somente com a própria taça transbordante, a mulher poderá brindar o amor junto com o homem

segunda-feira, 22 de março de 2010

Vidinha


Como tem sido bom e doce, as manhãs, అస్ nossas mudanças em prol do que nos faz bem, nossos hábitos se tornando próximos, o beijo sabor café, o sono aconchegante. O pai,o parceiro, o amigo , nós.

terça-feira, 16 de março de 2010

Treinamento


De que é feita a felicidade, mãe?
- De alguns momentos, filha, breves, intensos e memoráveis. Pode ter gosto de bolo de chocolate, cheiro de flor de laranjeira ou a surpresa de um beijo roubado. Mas o que a define, mesmo, é o frio na barriga e um momento imortalizado.

- E a tristeza, é feita de que?
- Feita de uma ruga na testa, ombros cabisbaixos, umas lágrimas perdidas, alguns sonhos desprezados. E acho mesmo que é feita de pé na bunda, nota zero no provão e uma inesperada demissão.

- E raiva é feita disso tudo também?
- Não, mas a raiva é feita também de muitas coisas. Raiva é mistura do amargo da decepção com o azedo da desilusão. É áspera e fria, sem graça, sem valia. Raiva é sentimento que não vale a pena, que a gente arremessa sem olhar pra trás, que a gente despreza, desfaz.

- Mãe, então me explica o que é amor, porque ele parece ter tudo isso no meio e ao mesmo tempo ser feito de muito pouco.
- Mas é que o amor é mesmo assim. Você nunca esquecerá como um sorriso despretensioso pode ficar incrivelmente inesquecível e como um olhar mal intencionado pode tornar-se surpreendentemente frio. Em algum momento, as lembranças que acompanhavam todas as suas certezas perdem o lugar para as dúvidas nada desejáveis. Mas só até chegar o perdão, o abraço quente no vento frio, a surpresa que você fingia não saber só pra deixá-lo mais contente e a verdade que você esconde só pra ele não te enxergar tão vulnerável. Você nunca entenderá como pode enfurecer-se com aquele que ontem mesmo jurou amor pra vida toda. Pra daí segundos perceber que é bem depois de ranger os dentes que você o ama mais. E com o tempo você nota que os sentimentos se fortalecem e tomam o espaço uns dos outros. Que a bagunça instalada cede a cadeira às coisas todas no lugar, que a decepção sai de casa e tranca a porta, que a paz de espírito está acomodada no sofá da sala sem a mínima intenção de sair. O amor muda como quem troca de roupa, mas só até decidir ficar. Quando fica, não tem quem te faça esquecer, desistir, abster-se de sorrisos que já fazem parte da sua vida e são dele e de ninguém mais. O amor genuíno traz consigo tamanha felicidade que quem não o tem preso à alma, não pode, nem ousa imaginar.

E, no final, as respostam mudam conforme as perguntas. O tempo será outro. Mas, o amor é eterno.

domingo, 14 de março de 2010

Obedecendo os Itens da minha listinha


Quando você for para o trabalho, para a faculdade, para uma balada, não vá com uma postura de buscar algo, conseguir algo, sugar algo do local ou das pessoas. Vá para oferecer, vá para gentilmente entregar às pessoas as qualidades de sua simples presença. Ofereça qualquer coisa. Um olhar profundo já é muito hoje em dia. Vá para os lugares e apenas treine olhar tudo com um olhar de abismo. Muitas pessoas precisam só disso: serem olhadas, contempladas suave e lentamente, reconhecidas em sua manifestação mais sutil, tocadas de alguma forma e conectadas com um outro que as transcende e reacende o mistério que as faz viver.
Se adotar uma postura expansiva e radicalmente aberta, oferecendo sua existência ao deleite dos outros, você age reconhecendo que não tem nada a perder. Não há medo nem hesitação em seu olhar. Sem esperar ou exigir nada dos outros, você age desimpedidamente, em uma dança sutil em meio às situações. Qualquer solidez ou bloqueio é atravessada por sua leveza e transparência. Qualquer obstrução é liberada pela presença da sua espontaneidade. Você apenas sorri e faz todos sorrirem, ou ainda: você cria o espaço para que todos possam sorrir.

(Sus)penso em passos de (Mu)dança



Nelson Rodrigues



"O marido não deve ser o último a saber. O marido não deve saber nunca."


"Dinheiro compra tudo. Até amor verdadeiro."

"Certas esposas precisam trair para não apodrecer."

- Ou a mulher é fria ou morde. Sem dentada não há amor possível.

"O brasileiro é um feriado ".



"O Brasil é um elefante geográfico. Falta-lhe,porém, um rajá,isto é, um líder que o monte".



"Sou a maior velhice da América Latina. Já me confessei uma múmia, com todos os achaques das múmias".



"Toda oração é linda. Duas mãos postas são sempre tocantes,ainda que rezem pelo vampiro de Dusseldorf".



"O grande acontecimento do século foi a ascensão espantosa e fulminante do idiota"



"Na vida, o importante é fracassar"



"A Europa é uma burrice aparelhada de museus".



"Hoje, a reportagem de polícia está mais árida do que uma paisagem lunar. O repórter mente pouco, mente cada vez menos".



"Daqui a duzentos anos,os historiadores vão chamar este final de século de "a mais cínica das épocas". O cinismo escorre por toda parte,como a água das paredes infiltradas".



"Sexo é para operário".



"O socialismo ficará como um pesadelo humorístico da História".



"Subdesenvolvimento não se improvisa. É obra de séculos".



"As grandes convivências estão a um milímetro do tédio".



"Todo tímido é candidato a um crime sexual".



"Todas as vaias são boas, inclusive as más".



"O presidente que deixa o poder passa a ser,automaticamente,um chato"



"Não gosto de minha voz. Eu a tenho sob protesto. Há, entre mim e minha voz, uma incompatibilidade irreversível".



"Sou um suburbano. Acho que a vida é mais profunda depois da praça Saenz Peña. O único lugar onde ainda há o suicídio por amor, onde ainda se morre e se mata por amor, é na Zona Norte".



"O adulto não existe.O homem é um menino perene".



"Em futebol, o pior cego é o que só vê a bola. A mais sórdida pelada é de uma complexidade shakesperiana. Às vezes, num córner bem ou mal batido, há um toque evidentíssimo do sobrenatural".



"Nossa literatura ignora o futebol -e repito : nossos escritores não sabem cobrar um reles lateral".



"A coisa é a seguinte : escrever para mim, muito mais do que uma decisão profissional,é um destino.E screver é o meu destino ! Não é um caso de opção. Eu só tinha esta opção,uma vez que nasci assim".



"Nós, jornalistas, é que estamos mais obsoletos, mais fora de moda do que charleston, do que o tango".



"Eu não sou ninguém para dizer certas coisas, mas o bom no brasileiro é que ele, sem saber de nada, diz coisas horrendas".



"O brasileiro é um sujeito que gosta de fazer farra, é um desses que, em pleno velório, põe a mão na viúva".



"O que atrapalha o brasileiro é o próprio brasileiro. Que Brasil formidável seria o Brasil se o brasileiro gostasse do brasileiro".



"O carioca é esse sujeito fascinante só na base dos defeitos que tem".



"Diga-se de passagem que eu considero o brasileiro o maior sujeito do mundo. O europeu já está esgotado. O europeu tem na casa dele pires de mil anos. Escadas de mil anos. Tudo é velho pra burro. Já com o brasileiro é inteiramente diferente".



"É trágica a falta de imaginação da paisagem no país desenvolvido. O desenvolvimento é burro, ao passo que o subdesenvolvimento pode tentar um livre, desesperado, exclusivo projeto de vida".



"A única grã-fina do mundo é a Maria Antonieta. De então para cá nunca mais vi uma grã-fina. E muito menos uma grã-fina paulista que é gorducha, porque tem dinheiro à beça para comer".



"As entrevistas das estagiárias têm uma virtude rara: nunca saem".



"Acho chato viajar de avião, não quero voar, a não ser caso de vida ou morte. Tenho horror às viagens. A partir do Méier, começo a ter saudades do Brasil".



- O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: — o da imaturidade.



- Tudo passa, menos a adúltera. Nos botecos e nos velórios, na esquina e nas farmácias, há sempre alguém falando nas senhoras que traem. O amor bem-sucedido não interessa a ninguém.



- Nós, da imprensa, somos uns criminosos do adjetivo. Com a mais eufórica das irresponsabilidades, chamamos de "ilustre", de "insigne", de "formidável", qualquer borra-botas.



- A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem.



- O brasileiro não está preparado para ser "o maior do mundo" em coisa nenhuma. Ser "o maior do mundo" em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade.



- Há na aeromoça a nostalgia de quem vai morrer cedo. Reparem como vê as coisas com a doçura de um último olhar.




- O homem não nasceu para ser grande. Um mínimo de grandeza já o desumaniza. Por exemplo: — um ministro. Não é nada, dirão. Mas o fato de ser ministro já o empalha. É como se ele tivesse algodão por dentro, e não entranhas vivas.



- Assim como há uma rua Voluntários da Pátria, podia haver uma outra que se chamasse, inversamente, rua Traidores da Pátria.



- Está se deteriorando a bondade brasileira. De quinze em quinze minutos, aumenta o desgaste da nossa delicadeza.



- O boteco é ressoante como uma concha marinha. Todas as vozes brasileiras passam por ele.



- A mais tola das virtudes é a idade. Que significa ter quinze, dezessete, dezoito ou vinte anos? Há pulhas, há imbecis, há santos, há gênios de todas as idades.



- Outro dia ouvi um pai dizer, radiante: — "Eu vi pílulas anticoncepcionais na bolsa da minha filha de doze anos!". Estava satisfeito, com o olho rútilo. Veja você que paspalhão!



- Em nosso século, o "grande homem" pode ser, ao mesmo tempo, uma boa besta.



- O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda.



- Toda mulher bonita leva em si, como uma lesão da alma, o ressentimento. É uma ressentida contra si mesma.



- Acho a velocidade um prazer de cretinos. Ainda conservo o deleite dos bondes que não chegam nunca.



- Chegou às redações a notícia da minha morte. E os bons colegas trataram de fazer a notícia. Se é verdade o que de mim disseram os necrológios, com a generosa abundância de todos os necrológios, sou de fato um bom sujeito.



"Sem sorte, não se chupa nem um chica-bom. Você pode engasgar com o palito ou ser atropelado pela carrocinha".



"Só acredito nas pessoas que ainda se ruborizam".



O rico e o pobre são duas pessoas

O soldado protege os dois.

O operário trabalha pelos três.

O cidadão paga pelos quatro.

O vagabundo come pelos cinco.

O advogado rouba os seis.

O juiz condena os sete.

O médico mata os oito.

O coveiro enterra os nove.

O diabo leva os dez.

E a mulher engana os onze

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Namastê

" Cada um coloca seu ponto final onde quer, onde pode. Colocá-lo o mais longe possível, obriga-nos a sermos um pouco mais sábios e um pouco menos pretensiosos."

Jean-Yves Leloup (em O absurdo e a graça, Verus Editora, Campinas, 2003)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

SMS

Te Amo .

Coisas Incríveis acontecem, fato


Levando para um lado mais espiritual, a vida me surpreende a cada segundo com detalhes tão inesperados que só mesmo estando atenta, muito atenta prá senti-la tão profundamente que até me desfaço como se pudesse me transportar num piscar de olhos prá todos os lugares onde tudo é mais leve e solúvel, onde respirar é mais sublime, onde a amizade permanece viva mesmo com os amigos longe um do outro,onde uma flor é a expressão da inspiração da alma de uma planta, assim como nosso corpo é a expressão da nossa própria alma, onde estar só, não significa ser solitário, é fundamental estar em comunhão com seu EU, prá podermos mergulharmos em nossa verdadeira essência, onde se é possível resgatar a dignidade de qualquer forma de trabalho, onde a velhice se compara ao outono da vida - época em que as experiências do passado produzem seus frutos - onde não há noite que traga uma nova aurora, onde o tempo é uma roda, em que a vida e a morte se sucedem infinitamente.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

(...)


Hoje acordei com menos certezas do que nunca... Tomei um pouco do Sol que chegou, timidamente, e senti uma fisgada de dor ao pensar nas dúvidas impregnadas em mim... Não parei para refletir profundamente. Seria muito exigir isso agora. Somente fui tomada pela sensação do não-saber...
À deriva percorro estradas que não têm um destino exato... Olho o horizonte em busca de soluções... Fecho os olhos e deixo que o vento me conduza para alguma direção. Mas, ao abri-los, só tenho um horizonte que me lança questionamentos que não posso responder...
Meu olhar se perde, no final do dia, ao ver o Sol despedir-se sem nenhuma esperança que possa consolar-me...
Caminho mais um pouco e vejo surgir a primeira estrela... Seu brilho me faz lembrar de tantos outros astros que já admirei em diversos momentos. A luminosidade de hoje, porém, é turva e confusa... Não consegue me guiar a lugar algum...
Chego em casa e, ao abrir o portão de entrada, sinto um dor um pouco mais latente...
A minha vida, neste instante, é um quebra-cabeça que não consigo montar. Não sei onde está o começo de tudo...
Sento-me e ponho a mão direita sobre o queixo, como se estivesse a contemplar o que se faz incompreensível...

Tudo mudou em volta...

Suspiro e tomo um copo com água... Olho para minhas mãos e percebo que elas não são mais tão jovens. Contudo, gosto de admirá-las num gesto que exprime a convicção de se ter apenas o próprio corpo.
A cabeça necessita de um travesseiro e os pensamentos desejam somente um sono tranqüilo...
Meus olhos cansados aos poucos se fecham... Posso enxergar o meu mundo de pernas para o ar cedendo espaço a uma nova vida que precisa nascer...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

6-feira

Só e apenas assim prá se saber dos quereres..


* Filme na Tv a espera do outro lado da cama.


L*ve.

Questão de humanidade


Por Fundação José Saramago

Aceitemos então que estamos sozinhos e, a partir daí, façamos a nova descoberta de que estamos acompanhados – uns pelos outros. Quando pusermos os olhos no céu estrelado, com a furiosa vontade de lá chegar, mesmo que seja para encontrar o que não é para nós, mesmo que tenhamos de resignar-nos à humilde certeza de que, em muitos casos, uma vida não bastará para fazer a viagem – quando pusermos os olhos no céu, repito, não esqueçamos que os pés assentam na terra e que é sobre esta terra que o destino do homem (esse nó misterioso que queremos desatar) tem de cumprir-se. Por uma simples questão de humanidade.

In Deste Mundo e do Outro, Ed. Caminho, 3.ª ed., pp. 216-217

sábado, 12 de junho de 2010

The L*ve

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo-morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.



João Cabral de Melo Neto, em fragmento de "Os três mal-amados", 1943.

Desenrolando um sexo


Com aquela cara de homem fingindo estar interessado no papo de uma mulher apenas porque está com vontade de comê-la, com aquela cara de mulher costurando e bordando pensamentos apenas porque está a fim de ser comida por ele, cheguei, caprichei, relaxei, lembrei tudo o que tinha aprendido em Kant e Hegel, repassei toda a teoria dos quanta, a morfologia dos contos de magia de Propp, o vôo do 14-bis, cheguei e não perdoei:

-- Tem fogo?

-- Betelgeuse, que vergonha! Você podia estar mais brilhante hoje. Mas como é que você poderia com todos aqueles proctores enfristulando você? Tenho andado tão triste desde que os churros mertriaram toda a tua tenoctília...

Ela me olhou com desprezo:

-- Os warhoos tomaram o poder em Achernar, e você não fez nada?

E me atacando começou a chutar minhas canelas, que não são de ferro, como todo mundo pode imaginar.

-- Pare com isso -- falei. -- Os warhoos caíram na nossa armadilha.

Ela parou. Afastou-se. E olhou para mim.

-- A atmosfera de Achernar é fatal para os warhoos. Eles só têm dois mil anos-luz de vida -- eu gritei.

-- Mas os strelitz vão miricondar todos os prosonômios de Khandar!

Quanto mais ela gritava, jurcs, yaraconds, nelmeiam, osks, mais longe ia ficando, até que eu a via como quem vê alguém, um ponto muito lá longe no começo de um infinito corredor, alguém aí?



**montagem a partir de Catatau, de Paulo Leminski.

Sobre Bukowski



O velho safado- que me aproximou e trouxe o homem com quem vivo e muito amo, pela semelhança que me ocorre nas palavras e em algo a mais, embora o meu estado emocional se abala me levando a uma ligeira palpitação, mãos tremulas e a face imensamente ruborizada por conta de um certo ciúmes até mesmo em ler os rabiscos ( o que não é novidade nem prá ex do meu esposito-amado e nem prá ninguém), mas enfim. Vamos ao que de fato interessa. A verdade é que já odiei e já fiz as pazes com ele, o cara me atraiu pela sua não tapeação literal, ele ele escreve qualquer merda e não esconde isso. Gosto dele antes de abrir uma lata de cerveja, antes de dormir, gosto do que ele diz, da sua desesperança, da sua falta de saco prá poetas, pra gente em geral. velhosafado-que me encanta com seu jeito único-verdadeiro-sem-rodeios-original. Já disseram: Não existe literatura ruim, você é que bebeu pouco. Álcool é vício de escritor. Alivia dores, entorpece a realidade. Há prazer no baixo, no sujo, há uma tristeza na embriagues. Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura, ou melhor digo a loucura que me protege dessa monótona normalidade .
Pensamentos bipolares mal regularizados.
Que tempo difícil: ter a vontade de viver, mas não a habilidade.


quanta doidera =)


Face




"a otro parecerá siempre otra cosa"



Dom Quixote
- Miguel de Cervantes

(...)


O que há em mim é sobretudo cansaço -- Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto em alguém. Essas coisas todas -- Essas e o que falta nelas eternamente --; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada -- Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço...
Álvaro de Campos, 1934.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Família






E ao acordar
E ao me ver
o sorriso dela,
o que me fortalece
o que me eleva, o que me faz acreditar num novo dia
te amo minha Flor.

sábado, 29 de maio de 2010

Sobre a Vida


É de mágica
Que eu dobro a vida em flor
Assim!
E ao senhor de iludir
Manda avisar, que esse daqui
Tem muito mais amor pra dar
(Los Hermanos)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

Ponto final


A catarse;

1-Quero gritar,quero mandar tomar no cú, quero dizer o que penso, ao invéns de apenas escutar falações, NÃO quero ser chamada de boazinha, não sei de onde tiraram isso -EU-NÃO-SOU BOAZINHA porra nenhuma, sou humana. Odeio, choro, critico, falo mal, como qualquer um. Tenho gostos diversos, opiniões contrárias e cansei.

O que quase explica;

2-Personalidade esquizóide

Este tipo de distúrbio é verificado em pessoas que exibem um padrão de afastamento social persistente, um constante desconforto nas interações humanas, uma excentricidade de comportamento e pensamento, isolamento e introversão. O esquizóide nos dá a impressão de desinteresse, reserva e falta de envolvimento com os acontecimentos cotidianos e com as preocupações alheias, normalmente ele tem pouca necessidade de vínculos emocionais. Este tipo de personalidade reflete interesses na solidão, em trabalhos solitários e em atividades não-competitivas. Por outro lado, estas pessoas são capazes de investir grande energia afetiva em interesses que não envolvam seres humanos e podem ligar-se muito aos animais.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

sábado, 8 de maio de 2010

LUTO



Hoje acordei com uma notícia da qual não agrada ninguém. Minha querida e sempre amada-eterna-amiga Rebeca, 25 anos, não resistiu a uma doença que apareceu do nada,foi entrando sem pedir licença se instalando, apossando-se do corpo e por fim levando-a para os anjos que ela tanto acreditava existir. E você tão menina..Meu coração está tão apertado, meus olhos choram. Rebeca foi-é-será uma linda menina-doce-magrela-cheia de vida, fazia todos sorrir, já me ouviu tantas vezes, deu colo,força. A vida não se encerra assim, as cortinas apenas se fecham, mas o palco ainda está ai, livre para tantas outras histórias, em outros ares com outros ais. Me disseram que a vida agora é mais bonita e leve onde o tempo é de pura delicadeza, eu ainda não estou bem certa disso, mas no fundinho acredito sim! que os anjos circulam como penas nos guardando.Extamente hoje acordei com uma tristeza no olhar, como se o meu coração estivesse partido e latejando, por simplismente não te encontrar em carne-sorriso, no calor do teu abraço mais aconchegante, nos encontros e esbarros da vida. Exatamente hoje eternizo todas as nossas histórias, todas nossas verdades, todos nossos encontros. Te guardarei no meu canto mais bonito, como aquela música, como aquela frase que você tanto gosta "e amanheça brilhando mais forte", exatamente hoje eu lhe agradeço por ter feito parte dos meus dias.


* ps_ a vida é realmente engraçada, falei com ela por msn há exatamente uma semana, ela nem tinha se dado conta da gravidade da doença. Mas, estava FELIZ por tanto carinho e força que todos estavam emanando carinhosamente a ela.
* ps_ Ela estava numa fase tão explendida, formada com o coração enfim apaixonado, literalmente ela descansa em paz.

sexta-feira, 7 de maio de 2010


Quando falamos do amanhã, diz um provérbio chinês,
“os deuses riem”.
Eles riem, creio eu, não porque nos acham ridículos, mas porque sabem que o futuro não é previsível. Assim não temos outra escolha senão viver “Um dia de cada vez”.
Posso condensar mais o foco deste Lema considerando uma hora de cada vez, ou mesmo um minuto de cada vez. Em cada pequeno progresso, a vida começa a ser não apenas suportável, mas preciosa.Em qualquer momento, não importa o que esteja acontecendo, se eu me concentrar em estar exatamente aqui, exatamente agora, sei que estou bem.

“Não vos preocupeis com o dia de amanhã; o amanhã cuidará de si mesmo”.

03/12/2008


( guardado num cantinho qualquer)

sobre o que se foi.

Cá estou com minhas estranhezas, mas sempre com as certezas. Resolvi fazer um balanço do ano que está prestes a terminar e Digo: Uffa!, ano difícil, que custou a passar. Tantos trancos e barracos enfrentados, tantos poréns, ausências, correrias e mais um monte de adjetivos vividos.
Pensando bem, em tudo que agente vive e sente. Olhando pelo lado avesso de todos os ocorridos. Agradeço aos que me fizeram ver que sou mais forte do que pensei, me redescobri a cada palavra lida, a cada sentimento, a cada desencontro.No dia-a-dia, cansada da rotina que voava diante meus olhos, a superação diante da exaustão.
Não foi tão ruim assim, não é?
Revivi amigos, reeencotrei fragmentos de amizades que a vida um dia nos apresenta, e essa mesma vida nos afasta, aprendendo que o que entra, marca, registra, deixa seu legado, não há espaço, vazio, distância que faça ir embora, apenas adormece.E volta, como flores e amores.
Provei de tudo um pouco do amargo ao doce, em questão de segundos. Supostamente havia perdido um amor, e sendo, me permiti viver sem pudores e frescores. quando nos permitimos é incrível as possibilidades que nos surgem. Outras sabores provei, sempre com aquele gosto que insistiu em ficar e hoje voltar..

quarta-feira, 5 de maio de 2010

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Cria


Os homens são o que as mães fazem deles.

domingo, 25 de abril de 2010

uma lua , uma lagoa um destino


Certo dia,uma noite, alguns bons e velhos amigos, um interesse ainda não descoberto . E uma noite inesquecível! Conversas, cerveja, cigarros. Ela esticada na grama admirando o tempo. Despedidas, caminhos e rotinas. E quem diria! alguns anos se passaram e houve um re-lindo-doce-encontro, sem pretensão de nada além de um simples - Oi, como vai?- mas, o destino queria mais, ele estilo Bukowski e nós embalamos no papo, poesia, nas madrugadas, nos telefonemas, na sintonia, no prazer, no começo de algo esplendoroso que queima, inquieta que te faz sorrir a qualquer hora do dia, no banho, no caminho, no sono. Pensar nele fazia parte presente ao abrir os olhos e desejar bom dia. Um certo dia, a coragem, a vontade, o desejo - uma estação rodoviária, muitas pessoas, mais alguns amigos, o sorriso, uma flor e enfim o beijo-demorado-beijo. Uma estrada, uma serra-mãos-coração-transpiração. Uma balsa, mais abraços e a cama-uma explosão. Dias, família e mais sorrisos. Uma volta, a rotina, a distância e o mesmo sentimento. Um certo dia, uma dúvida, uma insegurança e outra vez a distância-a decisão- palavras cruas e duras, Lágrimas, dor, mágoa e os caminhos se desencontraram, mas os sentimentos permaneceram-adormecidos-falando baixinho, escondido de nós mesmo. Cada um seguiu feliz ou não novos horizontes, bocas, salivas, suores, sorrisos e muitos olhares vazio.Um dia outra dúvida, um ciumes, um sentimento por ela desconhecido dele,uma re-descoberta, muita saudade, a presença se fazendo a todo instante no dia-a-dia, nos detalhes, na construção, as palavras mansas, insanas como devem ser, foram se aproximando sutil, mas arrebatadoramente fatais. Ele resolvendo voltar, aos poucos em minha direção com cara de menino arrependido e homem decidido IRRESISTIVELMENTE. Uma viagem, nova emoção, muito mais tesão e uma nova decisão. Seguir, seguir e seguir um ao lado do outro de mãos dadas e atadas, unidas novamente pelo mesmo sentimento que um dia o destino registrou, atestou e concretizou. E desse imenso turbilhão de sentimentos nasceu um anjo em nosso jardim FLORINDO-COLORINDO com traços, gestos, detalhes singelos. Um amor incondicional. Uma Flor,nosso amor!

Aquele Momento


Um dia lá em 2006
(...)
Ando as voltas pela cidade talvez à procura daquele momento único que o tempo levou comigo - as ruas são as mesmas, mas as pessoas não. Os momentos são fugazes e eternos,.Tudo girava a minha volta e naquele momento acontecia cá dentro, bem na alma. Lá no céu escuro brilhavam estrelas, a lua - em mim a emoção. Sentados num banco, olhando o rio e por cima de nós, a ponte sempre imponente e vertiginosa até um ponto de fuga lá longe... as mãos frias e a alma quente de alegria - até o rio deixou de se ouvir, só ouvia o coração bater, e só desejava que aquele momento não acabasse. Mas, tudo acabava um dia.. o beijo dura o tempo necessário e a alegria é mais curta que o próprio tempo. As mãos continuam frias, mas já não existem outras, existe a lembrança, a sintonia, a ironia, tudo misturado formando um turbilhão de emoções à procura de uma razão que a própria razão desconhece. o primeiro beijo nunca se esquece, os outros perdem um pouco a importância, são meras cópias, são beijos que com o tempo perdem a magia de quebrar o frio - de parar o tempo.. O primeiro abraço sente-se mais apertado que os seguintes e os olhos brilham mais. Hoje penso que tudo deveria ter ficado ali.. o resto perdeu importância, nem se lembra..




"Gente comum é tediosa. A literatura não se alimenta de gente comum. A história, as grandes descobertas e invenções não foram feitas por gente comum. Os grandes chefes de Estado não são gente comum. E nem aquele amigo ímpar que você tem, que diz sempre alguma coisa engraçada ou inteligente, é comum."

(?)

sábado, 24 de abril de 2010

Assim seja


Se vai tentar
siga em frente.

Senão, nem começe!Isso pode significar perder namoradas,esposas, família, trabalho...e talvez a cabeça.Pode significar ficar sem comer por dias,pode significar congelar em um parque,pode significar cadeia,pode significar caçoadas, desolação...
A desolação é o presente.O resto é uma prova de sua paciência do quanto realmente quis fazer.E farei, apesar do menosprezo.E será melhor que qualquer coisa que possa imaginar.
Se vai tentar,
Vá em frente.
Não há outro sentimento como este.Ficará sozinho com os Deuses.E as noites serão quentes.Levará a vida com um sorriso perfeito.É a única coisa que vale a pena.

(Charles Bukowski)

Simples assim


As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

(Mário Quintana)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Me


Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.

(Clarice Lispector)

Simplicidade


Vai diminuindo a cidade
Vai aumentando a simpatia
Quanto menor a casinha
Mais sincero o bom dia

Mais mole a cama em que durmo
Mais duro o chão que eu piso
Tem água limpa na pia
Tem dente a mais no sorriso

Busquei felicidade
Encontrei foi Maria
Ela, pinga e farinha
E eu sentindo alegria

Café tá quente no fogo
Barriga não tá vazia
Quanto mais simplicidade
Melhor o nascer do dia

(Pato Fu)

domingo, 18 de abril de 2010


" Nunca Confunda movimento com ação"

(Ernest Hemingway)

Om


Sou a mais Nova aluna de Muay Thai




p.S-Os Treinos tem me proporcionado maior equilibrio e redescoberta


Auxílio


Suas Palavras cobradas, minha escuta paga - Tem-me feito prestar mais ATENÇÃO em detalhes antes despercebido e até mesmo ignorados. Talvez por não saber lidar com jeitos ou encontrar caminhos possíveis.
Tenho voltado, respirado e compreendido.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Se escrever é uma forma de ser livre, para mim é uma forma de expressar o que sinto, seja um bom sentimento ou não. O que importa realmente é o que vem depois do suspiro quando releio a catarse em forma de letras. Muitas vezes me sinto ridícula, muitas vezes não faz sentido, algumas dou risada da situação. Mas, me confortam as palavras - mesmo que presas, enroscadas na garganta como uma raiva entalada, onde a vontade de explodir se torna imensa, as lágrimas não escorrem e tudo parece uma ebulição dentro do peito, onde a única vontade que se tem é sumir, desaparecer, assim num estalo de dedo - Às vezes elas soam como uma canção que te faz lembrar apenas dos melhores momentos, assim como quando você desperta na cama e decidi que seu dia será lindo e tudo começa a fazer sentido, sorrir fica fácil, o barulho do vizinho não te incomoda, aliás em dias assim, pouca coisa se torna desagradável- Às vezes acredito que elas - as palavras são desnecessárias, onde gestos, olhares e toques são mais que suficientes, como às vezes também acredito que são desnecessárias por soarem falsas, o falar e falar me cansa,a retória se torna implausível,pesadas e quando isso acontece, me distraio, resmungo um “hum – hum “ e até a formiga se torna mais interessante.

(...)

౩ meses


Pois bem, lá se vão 90 dias-3meses e algumas horas. Desse serzinho que me surpreende a cada dia, com sorissos-olhares-confiança. Um amor inexplicável.

Meu estranho jeito


E de repente essa estranheza que me toma o meu lado mais torto da alma com questões sobre existência-essência, as respostas me passam como um relâmpago e em seguida mais questionamentos que me sinto como se estivesse girando-sem-fim-para-o-fim. Será esse o caminho? apenas estou caminhando contando passos e deixando as coisas acontecerem.E tem sim acontecido. Certo? Nao sei. Mas quem sabe o que é certo?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Investimento


O Primeiro passo foi dado

domingo, 4 de abril de 2010

Sabedoria


“Sabia também calar-se para não se perder em palavras”.
Clarice Lispector

sexta-feira, 2 de abril de 2010

23-08-2007



Ali ao lado se encontra alguem, la se encontra uma menina. uma moça; uma mocinha;uma mocinha ali. que faz um alguem sentir que 8 da manha já é tarde para estar na cama.
uma mocinha ali...que faz alguem sentir que fixar uma janela nova ,é fixar as ventilações da vida.
uma mocinha ali...

(Patrick)

(...)

Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos a sério.Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos a sério.
(...)

Desejo

Conhecer, o que jamais posso compreender e até onde posso me perder.Correr, sem destino e até tropeçando, sem ter medo de cair.Fazer, ou desfazer,todo e qualquer remendo.

domingo, 28 de março de 2010

ఎ దే రేపెంటే తుడో ఫికా assim


Não interessa o quanto eu tenha a dizer. A palavra, como pessoa que é para mim, precisa chegar súbita e inadiável e dizer qualquer coisa que ela queira. Por isso tantos suspiros e alguma resignação, porque também não agüento esse silêncio espesso sem reclamar minha falta de sono, meu cansaso, a eterna espera, meu mau-humor que insiste em me tomar por instantes,meu sorriso mais forte, sempre impera! Fato.Se é de paisagens novas que elas precisam, mudo até os caminhos. Se precisarem de um novo amor, me apaixono. Mas não façam de mim escrava desse abandono de dizer coisas. Porque preciso.E não tragam para mim nenhuma novidade no amor antigo, tudo é paisagem inédita, sempre.Não me incomodo de sonhar coisas irrealizáveis, mas preciso acreditá-las em frases bem elaboradas pra que tudo se pareça possível.Tudo bem que bocejem vezenquando, mas não durmam para sempre. Se vierem, num pequeno pedaço de papel, eu juro,vou tentar fazer caber o maior lugar do mundo.

A cada dia basta o seu cuidado

A Paciência é diretamente proporcional ao propósito.
Se você realmente quer, sabe o que quer, você tem Paciência. Quando você não tem bem certeza do que quer, você é apressado, você quer chegar logo para ver se satisfaz, porque se não satisfaz, você vai para outro propósito, e se não satisfaz, vai para outro...
Esse é o caminho da maioria das pessoas: elas fazem muitas coisas, uma porção de coisas, mas nunca fazem realmente nada, porque não sabem o que querem.Aquele que já sabe o que quer, sabe que vai encontrar, que já sentiu pelo menos que vai encontrar, esse não tem pressa. Esse sabe que na própria continuação do dia-a-dia, de cada instante do dia, ele estará aprendendo aquilo que ele deseja, porque o que ele deseja,está dentro dele.
Então, a cada instante, a cada olhar, a cada fato ouvido, a cada palavra ouvida, a cada pessoa, a cada aura tocada, a cada sensação fornecida pelos cinco sentidos, será uma lição para ele. Ele estará sempre aprendendo.Isso é importante! É muito importante que se diga agora para vocês, porque o sabor das coisas você só vai conseguir se começar realmente a observar tudo.
A Paciência, então, é auto-cultivada quando você sabe o que quer. Ela vem sozinha. Ela aparece sozinha, porque a falta de Paciência geralmente está relacionada com o perder tempo, quer dizer, "estou perdendo tempo, estou aqui sem fazer nada; será que é o que eu quero, será que não é...?" Bom, então não se entendeu ainda o principal, e o principal é que você nunca está perdendo tempo, desde que você saiba que a cada instante muitas lições estão-se apresentando ao seu redor. Sempre você está tendo uma lição, a cada instante você está aprendendo. Mas é preciso que você saiba pelo menos o que você quer - o objetivo da sua vida!

ఫెమినిస్మో అ సుర.

“Vivei juntos,mas não vos aconchegueis demasiadamente. Pois as colunas do templo erguem-se separadamente. E o carvalho e o cipestre não crescem à sombra um do outro.” Gibhram Kalil Gibham


Longe de ser só um processo histórico e social, a supressão do feminino criou uma espécie de sombra no inconsciente coletivo feminino, ou seja; a Deusa ferida no âmago da estrutura feminina manifesta-se através do fenômeno do feminino sombrio. No contexto individual, a perpetuação desta parte desconhecida, machucada, ou reprimida, dá-se através da transgeracionalidade, ou seja, de padrões psicológicos negativos e até destrutivos, que irão atrais situações e pessoas energeticamente compatíveis, criando e recriando problemas não assumidos, que são transferidos inconscientemente nas famílias de uma geração de mulheres para a geração seguinte.
A escritora Clarice Lispector certa vez disse que “a mulher não tá sabendo, mas está cumprindo uma coragem. A coragem da mulher é a de não se conhecer, no entanto, prosseguir, e agir sem se conhecer exige coragem”. A mulher paga um altíssimo “preço emocional” por causa desse prosseguir, sem buscar a raiz de seus medos, sem curar seus traumas e seus bloqueios e muitas vezes a mulher limita setores importantes da vida em função das limitações do seu próprio “eu”, como por exemplo os setores da vida profissional e amoroso.
A mulher comum, ao longo do século passado, iniciou um importante processo de
auto-percepção aonde viu-se reprimida no âmago de sua própria feminilidade, inferiorizada no seu papel social e desconhecida na sua própria sexualidade. E iniciou um processo de liberação. A principal atitude das mulheres foi a chamada revolução sexual; as mulheres queimaram sutiãs, tomaram anticoncepcional, foram trabalhar… e escravizaram a si mesmas, pelo motivo de que em nenhum momento deixaram de ser mulheres, ou sejam tentaram uma liberdade de se fazerem tudo o que os homens faziam (sexo livre, trabalhar fora, independência); porém, o interior das mulheres continua carregando a sombra da Deusa: as mulheres desenvolveram atributos importantes, mas não curaram as feridas da alma feminina.
Como disse Clarice, as mulheres seguem sem se conhecer; pois todo aquele movimento feminista não deu às mulheres a autonomia mais necessária de todas que é a libertação das pendências e dependências emocionais que fazem com que até a mais bem sucedida das mulheres sofra por determinados “amores”. São várias chegas da Deusa ferida e cabe a cada mulher a tarefa de reconhecê-las e curá-las. As deusas são atributos femininos riquíssimos de significado; porém, muitas vezes, para que esses atributos fluam positivamente, em nós, torna-se necessária uma viagem interior, visitando as faces das deusas, reconhecendo quais foram feridas, mas estão de certa forma “reverberando” alguma ferida familiar e ainda estão vivendo um padrão negativo – a sombra, à espera de resgate e salvamento.
E o que acontece com muitas mulheres desavisadas por aí afora? Uma espécie de cura ao contrário, a mulher atrai um parceiroperfeito para toda a sua “inhaca interna”, ele ativa e alimenta suas sombras, seus medos e suas deusas doentes.
E amulher começa a ser magoada e a sofrer e não consegue entender porque sempre faz isso, não reconhece quemestá alimentando um câncer emocional, muitas vezes perdendo noção de limite e tentando fazer aquilo dar certo, num verdadeiro massacre interior.
Saber de suas sombras é o primeiro passo para sair do círculo vicioso, reconhecer uma Athena ferida, que tem medo de lidar com seus sentimentos e sua sexualidade, e só vive o racional da vida, muitas vezes escondendo-se atrás de um papel profissional. Reconhecer a chega de uma Hera, que vive o pretenso casamento perfeito, mas delega o poder pessoal ao marido e vive a vida dele como se fosse a sua. Até ser traída e depois ainda recusar-se a perder o papel de esposa, convivendo com as traições de Zeus. Reconhecer uma Demetér ferida, aquela que só vive para os filhos e que faz até do marido, um filho, depois ressente-se quando estes crescem e vão embora; aquela que nutre toda a família, mas não busca sua auto realização, sendo ela própria a maior carente da relação.
E a chaga de Afrodite então, nem se fala! A mulher que por necessidade de “amor” e atenção aceita ser objeto sexual e sensual, vive por muitas vezes o papel de amante, mas gostaria de ter um homem que a honrasse, e quando o tem, ainda acha que tem de garantir sua feminilidade sendo a mais bonita e a mais sensual a todo momento e a qualquer preço.
Realmente prosseguir sem se conhecer exige coragem, mas decidir conhecer-se e mudar-se exige mais coragem ainda. Coragem para se reformular, recomeçar, transformar, reeditar, de dentro pra fora, o que é muito diferente de sair “recapando”. A mulher que buscar o reconhecimento de suas forças interiores e a integração dos atributos das deusas provavelmente vai parar de culpar a vida ou seus amores fracassados por sua infelicidade. Ela vai resgatar pedacionhos de mulher, vai aproveitar e recilcar o que deve ser valorizado e vai se dar conta do que deve amadurecer e do que deve deixar morrer. Como a Grande Mãe faz a sábia Natureza. E assim pode surgir um não modo de ser, de onde surgirá o verdadeiro jeito de amar, descentralizadamente – o que não significa superficial.
Buscar a capacitação para poder relacionar-se bem com o ser amado sem torná-lo eixo condutor da sua própria vida, coisa que muita mulher acaba fazendo sem querer, pois vive a sombra das deusas feridas e projeta a suposta solução desse vazio interior no companheiro. Esse jeito de amar descentralizado consiste em manter o “gráfico da vida” equilibrado, dividido em fatias mais ou menos parelhadas, sem separar fatias grandes demais para algo ou alguém, evitando assim, a desilusão.
Quando constatamos que real,ente tudo que faz parte da vida é transitório e que não podemos segurar nada nem ninguém pra sempre conosco, conseguimos perceber que a única permanência da vida somos nós mesmos. E então, percebemos que este “eu” nos acompanhará eternamente. Vive melhor quando se aprende a crescer, a se auto-conhecer, a curar suas feridas, a perdoar, a se perdoar e libertar-se de medos e limitações antigas. Se a mulher está destinada a conviver consigo mesma, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença; o ideal é que ela esteja inteira e não por uma metade que na verdade não lhe pertence. Elas podem apenas se aproximar muito do outro e interagir, ser companheiras e amarem-se, mas a individualidade do outro é um fato intransponível que deve ser aceito, como aceitamosque precisamos de ar para respirar. Amar é lindo. Mas quem sabe amar de um jeito lindo? Só quem está muito consciente, muito íntegro, muito amoroso; e desta forma, ama.
A cura do feminino na vivência do amor, envolve uma tomada de consciência de que talvez aquilo que pensamos ser amor seja outra coisa qualquer que nos acomoda e nos conforta de nossas limitações. Envolve também a constatação de que para mudar a nossa vida e o que não dá certo nela, só mudando a nós mesmos, sanando feridas, colocando um ponto final nos sofrimentos antigos e orgulhos feridos que não servem pra mais nada. Os relacionamentos amorosos entre homens e mulheres darão um salto quântico quando estes amadurecerem de verdade, porque envelhecer não é sinônimo de amor e estar junto não é sinônimo de amar.
Ir em busca da sabedoria da Deusa é a caminhada ancestral da mulher rumo ao amor por si mesmas. Há muito ainda pra ser plantado no solo fértil da Deusa e somente com a própria taça transbordante, a mulher poderá brindar o amor junto com o homem

quinta-feira, 25 de março de 2010

ఉఎ అ విడ కంటిన్యూ assim

. com essa vontade de explodir de felicidade e de sorrir para o mundo :D

segunda-feira, 22 de março de 2010

Vidinha


Como tem sido bom e doce, as manhãs, అస్ nossas mudanças em prol do que nos faz bem, nossos hábitos se tornando próximos, o beijo sabor café, o sono aconchegante. O pai,o parceiro, o amigo , nós.

terça-feira, 16 de março de 2010

Treinamento


De que é feita a felicidade, mãe?
- De alguns momentos, filha, breves, intensos e memoráveis. Pode ter gosto de bolo de chocolate, cheiro de flor de laranjeira ou a surpresa de um beijo roubado. Mas o que a define, mesmo, é o frio na barriga e um momento imortalizado.

- E a tristeza, é feita de que?
- Feita de uma ruga na testa, ombros cabisbaixos, umas lágrimas perdidas, alguns sonhos desprezados. E acho mesmo que é feita de pé na bunda, nota zero no provão e uma inesperada demissão.

- E raiva é feita disso tudo também?
- Não, mas a raiva é feita também de muitas coisas. Raiva é mistura do amargo da decepção com o azedo da desilusão. É áspera e fria, sem graça, sem valia. Raiva é sentimento que não vale a pena, que a gente arremessa sem olhar pra trás, que a gente despreza, desfaz.

- Mãe, então me explica o que é amor, porque ele parece ter tudo isso no meio e ao mesmo tempo ser feito de muito pouco.
- Mas é que o amor é mesmo assim. Você nunca esquecerá como um sorriso despretensioso pode ficar incrivelmente inesquecível e como um olhar mal intencionado pode tornar-se surpreendentemente frio. Em algum momento, as lembranças que acompanhavam todas as suas certezas perdem o lugar para as dúvidas nada desejáveis. Mas só até chegar o perdão, o abraço quente no vento frio, a surpresa que você fingia não saber só pra deixá-lo mais contente e a verdade que você esconde só pra ele não te enxergar tão vulnerável. Você nunca entenderá como pode enfurecer-se com aquele que ontem mesmo jurou amor pra vida toda. Pra daí segundos perceber que é bem depois de ranger os dentes que você o ama mais. E com o tempo você nota que os sentimentos se fortalecem e tomam o espaço uns dos outros. Que a bagunça instalada cede a cadeira às coisas todas no lugar, que a decepção sai de casa e tranca a porta, que a paz de espírito está acomodada no sofá da sala sem a mínima intenção de sair. O amor muda como quem troca de roupa, mas só até decidir ficar. Quando fica, não tem quem te faça esquecer, desistir, abster-se de sorrisos que já fazem parte da sua vida e são dele e de ninguém mais. O amor genuíno traz consigo tamanha felicidade que quem não o tem preso à alma, não pode, nem ousa imaginar.

E, no final, as respostam mudam conforme as perguntas. O tempo será outro. Mas, o amor é eterno.

domingo, 14 de março de 2010

Obedecendo os Itens da minha listinha


Quando você for para o trabalho, para a faculdade, para uma balada, não vá com uma postura de buscar algo, conseguir algo, sugar algo do local ou das pessoas. Vá para oferecer, vá para gentilmente entregar às pessoas as qualidades de sua simples presença. Ofereça qualquer coisa. Um olhar profundo já é muito hoje em dia. Vá para os lugares e apenas treine olhar tudo com um olhar de abismo. Muitas pessoas precisam só disso: serem olhadas, contempladas suave e lentamente, reconhecidas em sua manifestação mais sutil, tocadas de alguma forma e conectadas com um outro que as transcende e reacende o mistério que as faz viver.
Se adotar uma postura expansiva e radicalmente aberta, oferecendo sua existência ao deleite dos outros, você age reconhecendo que não tem nada a perder. Não há medo nem hesitação em seu olhar. Sem esperar ou exigir nada dos outros, você age desimpedidamente, em uma dança sutil em meio às situações. Qualquer solidez ou bloqueio é atravessada por sua leveza e transparência. Qualquer obstrução é liberada pela presença da sua espontaneidade. Você apenas sorri e faz todos sorrirem, ou ainda: você cria o espaço para que todos possam sorrir.

(Sus)penso em passos de (Mu)dança



Nelson Rodrigues



"O marido não deve ser o último a saber. O marido não deve saber nunca."


"Dinheiro compra tudo. Até amor verdadeiro."

"Certas esposas precisam trair para não apodrecer."

- Ou a mulher é fria ou morde. Sem dentada não há amor possível.

"O brasileiro é um feriado ".



"O Brasil é um elefante geográfico. Falta-lhe,porém, um rajá,isto é, um líder que o monte".



"Sou a maior velhice da América Latina. Já me confessei uma múmia, com todos os achaques das múmias".



"Toda oração é linda. Duas mãos postas são sempre tocantes,ainda que rezem pelo vampiro de Dusseldorf".



"O grande acontecimento do século foi a ascensão espantosa e fulminante do idiota"



"Na vida, o importante é fracassar"



"A Europa é uma burrice aparelhada de museus".



"Hoje, a reportagem de polícia está mais árida do que uma paisagem lunar. O repórter mente pouco, mente cada vez menos".



"Daqui a duzentos anos,os historiadores vão chamar este final de século de "a mais cínica das épocas". O cinismo escorre por toda parte,como a água das paredes infiltradas".



"Sexo é para operário".



"O socialismo ficará como um pesadelo humorístico da História".



"Subdesenvolvimento não se improvisa. É obra de séculos".



"As grandes convivências estão a um milímetro do tédio".



"Todo tímido é candidato a um crime sexual".



"Todas as vaias são boas, inclusive as más".



"O presidente que deixa o poder passa a ser,automaticamente,um chato"



"Não gosto de minha voz. Eu a tenho sob protesto. Há, entre mim e minha voz, uma incompatibilidade irreversível".



"Sou um suburbano. Acho que a vida é mais profunda depois da praça Saenz Peña. O único lugar onde ainda há o suicídio por amor, onde ainda se morre e se mata por amor, é na Zona Norte".



"O adulto não existe.O homem é um menino perene".



"Em futebol, o pior cego é o que só vê a bola. A mais sórdida pelada é de uma complexidade shakesperiana. Às vezes, num córner bem ou mal batido, há um toque evidentíssimo do sobrenatural".



"Nossa literatura ignora o futebol -e repito : nossos escritores não sabem cobrar um reles lateral".



"A coisa é a seguinte : escrever para mim, muito mais do que uma decisão profissional,é um destino.E screver é o meu destino ! Não é um caso de opção. Eu só tinha esta opção,uma vez que nasci assim".



"Nós, jornalistas, é que estamos mais obsoletos, mais fora de moda do que charleston, do que o tango".



"Eu não sou ninguém para dizer certas coisas, mas o bom no brasileiro é que ele, sem saber de nada, diz coisas horrendas".



"O brasileiro é um sujeito que gosta de fazer farra, é um desses que, em pleno velório, põe a mão na viúva".



"O que atrapalha o brasileiro é o próprio brasileiro. Que Brasil formidável seria o Brasil se o brasileiro gostasse do brasileiro".



"O carioca é esse sujeito fascinante só na base dos defeitos que tem".



"Diga-se de passagem que eu considero o brasileiro o maior sujeito do mundo. O europeu já está esgotado. O europeu tem na casa dele pires de mil anos. Escadas de mil anos. Tudo é velho pra burro. Já com o brasileiro é inteiramente diferente".



"É trágica a falta de imaginação da paisagem no país desenvolvido. O desenvolvimento é burro, ao passo que o subdesenvolvimento pode tentar um livre, desesperado, exclusivo projeto de vida".



"A única grã-fina do mundo é a Maria Antonieta. De então para cá nunca mais vi uma grã-fina. E muito menos uma grã-fina paulista que é gorducha, porque tem dinheiro à beça para comer".



"As entrevistas das estagiárias têm uma virtude rara: nunca saem".



"Acho chato viajar de avião, não quero voar, a não ser caso de vida ou morte. Tenho horror às viagens. A partir do Méier, começo a ter saudades do Brasil".



- O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: — o da imaturidade.



- Tudo passa, menos a adúltera. Nos botecos e nos velórios, na esquina e nas farmácias, há sempre alguém falando nas senhoras que traem. O amor bem-sucedido não interessa a ninguém.



- Nós, da imprensa, somos uns criminosos do adjetivo. Com a mais eufórica das irresponsabilidades, chamamos de "ilustre", de "insigne", de "formidável", qualquer borra-botas.



- A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem.



- O brasileiro não está preparado para ser "o maior do mundo" em coisa nenhuma. Ser "o maior do mundo" em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade.



- Há na aeromoça a nostalgia de quem vai morrer cedo. Reparem como vê as coisas com a doçura de um último olhar.




- O homem não nasceu para ser grande. Um mínimo de grandeza já o desumaniza. Por exemplo: — um ministro. Não é nada, dirão. Mas o fato de ser ministro já o empalha. É como se ele tivesse algodão por dentro, e não entranhas vivas.



- Assim como há uma rua Voluntários da Pátria, podia haver uma outra que se chamasse, inversamente, rua Traidores da Pátria.



- Está se deteriorando a bondade brasileira. De quinze em quinze minutos, aumenta o desgaste da nossa delicadeza.



- O boteco é ressoante como uma concha marinha. Todas as vozes brasileiras passam por ele.



- A mais tola das virtudes é a idade. Que significa ter quinze, dezessete, dezoito ou vinte anos? Há pulhas, há imbecis, há santos, há gênios de todas as idades.



- Outro dia ouvi um pai dizer, radiante: — "Eu vi pílulas anticoncepcionais na bolsa da minha filha de doze anos!". Estava satisfeito, com o olho rútilo. Veja você que paspalhão!



- Em nosso século, o "grande homem" pode ser, ao mesmo tempo, uma boa besta.



- O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda.



- Toda mulher bonita leva em si, como uma lesão da alma, o ressentimento. É uma ressentida contra si mesma.



- Acho a velocidade um prazer de cretinos. Ainda conservo o deleite dos bondes que não chegam nunca.



- Chegou às redações a notícia da minha morte. E os bons colegas trataram de fazer a notícia. Se é verdade o que de mim disseram os necrológios, com a generosa abundância de todos os necrológios, sou de fato um bom sujeito.



"Sem sorte, não se chupa nem um chica-bom. Você pode engasgar com o palito ou ser atropelado pela carrocinha".



"Só acredito nas pessoas que ainda se ruborizam".



O rico e o pobre são duas pessoas

O soldado protege os dois.

O operário trabalha pelos três.

O cidadão paga pelos quatro.

O vagabundo come pelos cinco.

O advogado rouba os seis.

O juiz condena os sete.

O médico mata os oito.

O coveiro enterra os nove.

O diabo leva os dez.

E a mulher engana os onze